sexta-feira, 22 de abril de 2011

Semana Santa

Se você desconhece a razão pela qual nasce roxa a flor do maracujá, o mestre Catulo da Paixão Cearense explica na seguinte poesia:
A FLOR DO MARACUJÁ
Encontrando-me com um sertanejo / Perto de um pé de maracujá / Eu lhe perguntei: Diga-me caro sertanejo / Porque razão nasce roxa / A flor do maracujá? / Ah, pois então eu lhi conto / A estória que ouvi contá / A razão pro que nasci roxa / A flor do maracujá / Maracujá já foi branco / Eu posso inté lhe ajurá / Mais branco qui caridadi / Mais brando do que o luá / Quando a flor brotava nele / Lá pros cunfim do sertão / Maracujá parecia / Um ninho de argodão / Mais um dia, há muito tempo / Num meis que inté num mi alembro / Si foi maio, si foi junho / Si foi janero ou dezembro / Nosso sinhô Jesus Cristo / Foi condenado a morrer / Numa cruis crucificado / Longe daqui como o quê / Pregaro cristo a martelo / E ao vê tamanha crueza / A natureza inteirinha / Pois-se a chorá di tristeza / Chorava us campu / As foia, as ribera / Sabiá também chorava / Nos gaio a laranjera / E havia junto da cruis / Um pé de maracujá / Carregadinho de flor / Aos pé de nosso sinhô / I o sangue de Jesus Cristo / Sangui pisado de dô / Nus pé du maracujá / Tingia todas as flor / Eis aqui seu moço / A estoria que eu vi contá / A razão proque nasce roxa / A flor do maracujá (Catulo da Paixão Cearense)
Fonte/Ilustrações - Internet)