domingo, 18 de janeiro de 2015

Ceará comemora 216 anos de emancipação


Dia do Ceará 17/01/2015
Ceará comemora 216 anos de emancipação
Há 216 anos, Portugal assinava Carta Régia que decretava a emancipação administrativa do Ceará, até então subordinado a Pernambuco. A data passa a ser comemorada quando foi instituído o Dia do Ceará, em 2004. Foi Maria, a que anos depois ganhou nome de louca, quem decidiu, à revelia do que queria a capitania de Pernambuco: após 143 anos de subordinação, em 1799, o Ceará, emancipava-se de
Pernambuco, que perdeu, em uma Carta Régia só, os territórios que hoje são o Ceará e a Paraíba, estava em baixa, com o ciclo da cana-de-açúcar mal das pernas. Com o algodão sendo vendido até para Inglaterra, quem estava por cima da carne seca era o Ceará. O decreto da rainha, feito em um 17 de janeiro como hoje, 216 anos atrás, pretendia que o controle português das negociações com o Ceará não tivesse intermediários.
Em 2004, a lei estadual determinou que hoje fosse comemorado o Dia do Ceará, e durante todo o dia há programação em Fortaleza e em Aquiraz, a primeira capital do Estado. “A data marca a emancipação administrativa do território de Pernambuco, mas o processo de construção do que é o Ceará e o cearense permanece acontecendo”, explica Airton de Farias, professor e historiador.
O Ceará, como conhecemos hoje, não se criou com o decreto. “Ele foi desenvolvendo-se a partir do fortalecimento do forte do Ceará, em torno do rio Ceará, que onde hoje é Fortaleza. Tanto que é difícil precisar em que momento o Ceará ganha esse nome”, comenta o historiador. Airton relembra, para exemplificar a hegemonia da região onde hoje é Fortaleza, um costume próprio de pessoas do interior do Estado que, quando vinham para a Capital, diziam: “Eu vou para o Ceará”.
Até então, existiam no Ceará figuras administrativas como o capitão-mor e os ouvidores, que tinham de responder administrativamente ao governador da capitania de Pernambuco. E não eram incomuns os desmandos atribuídos aos capitães-mor que aconteciam pela distância do controle pernambucano.
Com a emancipação, a capitania passa a ter o governador próprio. O algodão, que antes era obrigado a passar por Pernambuco - aumentando o frete, o tempo de distribuição e os impostos embutidos -, poderia ser diretamente repassado para Portugal.
“Mas a capitania ainda permanece, seja pelo costume ou pela inexistência de uma estrutura de porto para escoamento, muito ligada a Pernambuco”, destaca Airton, apontando a Revolução de 1817 e a Confederação do Equador, revoltas comandadas pela colônia vizinha que tiveram participação do Ceará. Airton cita ainda a Região do Cariri que, pela proximidade territorial e os vínculos familiares, até hoje ainda mantém ligações com Recife.

Cearensidade
“A construção da ideia de Ceará e do cearense se dá mais fortemente no Segundo Reinado (1840-1889), quando são estudados a linguagem, a música, a literatura, a cultura”, explica Airton. Da emancipação para a vaia, o baião de dois, o sertanejo honesto e forte e o humor muito peculiar foi preciso ainda um longo caminho.

(Fonte - Leia matéria completa no site www.opovo.com.br)

Pois é ...

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Beijimmmmmmm ...

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Para ler e refletir ...

TODO FILHO É PAI DA MORTE DE SEU PAI

Não pude deixar de compartilhar... Me emocionei pela verdade no texto, não deixem de ler!
" Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.
É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.
É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e instransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.
É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela - tudo é corredor, tudo é longe.
É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.
E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.
Todo filho é pai da morte de seu pai.
Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.
E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.
Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.
Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.
A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.
Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.
A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.
Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.
Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?
Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.
E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.
Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.
No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:e
— Deixa que eu ajudo.
Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.
Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.
Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.
Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.
Embalou o pai de um lado para o outro.
Aninhou o pai.
Acalmou o pai.
E apenas dizia, sussurrado:
— Estou aqui, estou aqui, pai!
O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali. "

(Autor desconhecido)
(Fonte - Inteligente vida/Facebook)