quarta-feira, 11 de abril de 2012

Aracy, o “Anjo de Hamburgo”.

Deputada quer homenagear brasileira que salvou judeus do nazismo
A Europa, durante a Segunda Guerra Mundial, foi cenário de um dos capítulos mais nefastos da história da humanidade, o Holocausto. Entre 1939 e 1945, o Governo totalitário de Adolf Hitler, na Alemanha, disseminou o regime nazista que exterminou 6 milhões de judeus em campos de concentração espalhados por todo o continente.
Aracy
Casada com o diplomata Guimarães Rosa, a brasileira Aracy salvou judeus do regime nazista e depois enfrentou o Estado Novo
Foi durante este capítulo da história mundial que pessoas comuns foram capazes de atos de heroísmo para salvar a vida de milhares de outras pessoas. Um desses atos heróicos foi protagonizado pela brasileira Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, que ficou conhecida como o
“Anjo de Hamburgo”.
A história de vida de Aracy, que morreu no ano passado aos 102 anos, ainda é pouco conhecida em seu próprio País. Enquanto trabalhava no Consulado do Brasil em Hamburgo, a brasileira ajudou judeus a fugirem do Holocausto e a entrarem no Brasil ilegalmente durante a ditadura do Estado Novo, de Getúlio Vargas. O ato de humanidade e bravura é reconhecido no mundo inteiro.
Jardim dos Justos
Ela é a única mulher a ter o nome inscrito no Jardim dos Justos, no Museu do Holocausto, em Israel
. Agora, a deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP) quer o nome de Aracy gravado no Livro Heróis da Pátria, que confere homenagem aos brasileiros que se destacaram por atos de bravura. “Estamos diante de uma heroína convicta. Uma personalidade histórica digna de ser resgatada e incluída também na história do País que ela tanto amou e honrou”, defende a autora do projeto de Lei 3.435 de 2012. A dimensão do ato de Aracy ganha proporção quando lembrado que, em 1938, entrou em vigor no Brasil a Circular Secreta 1.127, que restringia o ingresso de judeus no País. Para burlar a medida, a paranaense, que despachava com o cônsul geral, misturava os vistos com a papelada para assinatura e não punha no documento a letra J, que identificava quem era judeu.
Casada com o romancista João Guimarães Rosa, autor do clássico Grande Sertão Veredas,
Aracy chegou a transportar judeus no próprio carro, escondidos no porta-malas. O casal permaneceu na Alemanha até 1942. Depois que regressou ao Brasil, a mulher que combateu o nazismo e desafiou os desmandos do Estado Novo, não titubeou em enfrentar a ditadura militar instalada em 1964. Ela livrou políticos, intelectuais, compositores e artistas da violência da ditadura, entre eles o cantor Geraldo Vandré. Se a homenagem for aprovada no Congresso Nacional, o nome de Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, o “Anjo de Hamburgo” passa a figurar ao lado de outros conhecidos heróis brasileiros como Alberto Santos Dumont; Zumbi dos Palmares; Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes; D. Pedro I e Duque de Caxias. - (Fonte: Blog do Correa Neto)
(Fonte - http://www.vermelho.org.br)