quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Lenda do "cavaleiro de Salinópolis"/PA


Há muitos anos, as pessoas falavam sobre um tal cavaleiro, que em altas horas da noite cavalgava pelas ruas da cidade. Diziam que se tratava de um moço que vinha sempre das proximidades da cidade de Capanema até Salinas para falar com a sua namorada, uma moça morena de cabelos compridos e de uma estatura elegante. Estes traços de beleza encantaram o tal rapaz que não podia passar uma quarta-feira que não viesse ver sua amada.
A viagem era um tanto dificultosa, pois teria que fazê-la montado no seu cavalo com pelo menos a 140 quilômetros de Capanema a Salinas e vice-versa. Muitos anos se passaram, e o rapaz muito mais apaixonado por sua namorada, chegando ao ponto de pedi-la em casamento, porém não fora bem sucedido, pois a bela jovem confessou a ele que namoraria o tempo que ele quisesse, porém, se casar nunca. Diante dessa resposta negativa, o jovem apaixonado, em vez de uma, passou a fazer duas viagens, às terças-feiras e às sextas-feiras respectivamente, porque achava que frequentando mais a casa da moça talvez ela pudesse mudar de ideia e aceitar o seu pedido de casamento. Essas viagens começaram por complicar a aventurosa vida do jovem, pois o seu estado físico passou a sentir grande diferença nos aumentos dos cansaços provocados pelo aumento de viagens, além disso, o moço dispunha de pouco porte físico, era uma pessoa franzina. Quanto a sua namorada, não sentia abalo nenhum porque ela só tinha interesse mesmo em receber os presentes que ele sempre lhe trazia, julgava naturalmente que ele poderia ter herança de bens. Mesmo assim, Bartira não tinha interesse em casar com ele. Os pais de Bartira não gostavam da atitude da filha, da forma como ela tratava o cavaleiro. Mesmo assim, os pais não interferiam na questão, pois se tratava de namoro entre dois jovens adultos.
Seu nome não ficou registrado, sabe-se apenas que ele era um cavaleiro muito apaixonado pela sua amada. De certa maneira o namoro continuava, o tempo passava, mas casamento nem pensar, e o moço ia ficando a cada dia com suas energias mais consumidas. Quanto ao cavalo, ou melhor, dizendo a montaria, ela era obrigada a ser trocada de dois em dois meses. O rapaz apanhou um sofrimento, que naquela época o tratamento tornava-se difícil (tuberculose pulmonar), foi então que as suas viagens foram mudadas duas vezes por mês.
Certa vez, quando ele vinha de Capanema, louco para ver sua namorada, quando chegou à ponte do Rio da Anta, (hoje, Trevo do Atalaia) – era um rio corrente, apropriado para banho – ele fez uma paradinha, deu a beber água ao cavalo e, em seguida, partiu rumo à Salinas. Dona Ana Preta, uma moradora antiga da cidade, contava que estava sentada em frente de sua casa, (hoje é o Hotel Salinópolis) quando avistou o tal cavaleiro passando em frente à sua casa, num verdadeiro galope incontrolável, pois o jovem demonstrava que estava bastante enfraquecido, e o cavalo estava sangrando devido as muitas cutucadas de espora que levava na barriga. O cavaleiro ainda teve forças para dizer gritando: “Estou morrendo de sede”. Pois apesar de haver bebido água no Rio da Anta, o seu estado de estar sedento era constante por causa do clima quente e também devido a sua crise pulmonar crítica. Dona Preta ao ouvir o grito do rapaz, também resolveu gritar: “Vem beber água”, mas, devido a velocidade do cavalo nas suas galopadas incontroláveis, ele não pode parar, e ela não pode ser ouvida, então Dona Preta levantou-se de seu banquinho e pôs-se a olhar para o cavaleiro até ele sumir de vista. O rumo tomado pelo cavaleiro, segundo Dona Preta, foi em direção ao Arpoador (hoje, “Cidade dos Bodes”). Era chamado de Arpoador porque neste local os pescadores naquela época pescavam com arpão e arpoavam grandes peixes tais como: Piracema, Arraia e Espadarte, com lanças pontiagudas. Também este local já tinha sido chamado de passagem do Gado. E naquela tarde do dia 1o de agosto de 1889, acabava-se um romance do jovem Nestor com a jovem Bartira. O que o amor não faz.
Bem!, quanto ao seu nome muitos só ficaram sabendo por que os seus familiares souberam do desaparecimento e tempos depois resolveram procurar por ele em Salinas. A jovem Bartira, que nos dias marcados esperava seu namorado, ou melhor, mais um presente, não lhe foi possível desta vez e nem mais outra. Isso a fez com que saísse a sua procura, mesmo porque quando ela falou com Dona Preta, esta lhe assegurou de tê-lo visto passar em sua casa por volta das 03:30 horas da tarde. Com esta notícia, a moça caiu no desespero correndo pelas ruas como uma louca. Passado mais de três dias do seu desaparecimento, foram até local onde supostamente pudesse estar, mas o que encontraram foi muitos urubus que sombreavam e, volta e meia, desciam para disputar os restos mortais do cavalo que estava sendo consumido por outras aves de rapina, e o corpo do jovem Nestor não foi encontrado naquele lugar que parecia ser mais um vale da morte. As pessoas mais antigas da cidade costumavam comentar a respeito deste fato e diziam também que um fantasma aparecia às sextas-feiras, durante as altas horas da noite quando a pequena cidade de Salinas encontrava-se em total silêncio. Elas ouviam aquele tropel de cavalo que vinha em sua direção, muitas vezes chegavam a abrir as portas ou mesmo as janelas para ver se seria possível ver alguma coisa, mas, aquele tropel assustador era apenas sonoro, juntamente com uma penumbra apenas do cavalo, pois o cavaleiro Nestor não era visto montado sobre o seu cavalo. E ficou assim por muitos e muitos anos essas passadas de tropéis pelas madrugadas tranquilas da cidade, e o comentário geral era de que o fantasma do cavaleiro, ou a sua “visagem” -como era dito no linguajar dos moradores mais antigos- tinha passado por mais uma assustadora sexta-feira. Essas marmotas só vieram a ser amenizadas quando do crescimento urbanístico da cidade, contudo, ainda hoje, tem gente se assustando por aí, nas madrugadas de sextas-feiras.
CREDITOS:
CARDOSO, Eriston. Salinas do Pará
(Fonte - https://faroldoatlantico.wordpress.com/Facebook)

Gente ...


"Tem gente que Deus coloca na nossa vida só pra nos dar paz.
Que nos empurra pro melhor de nós, que nos guia pro caminho do bem.
Gente que é sorriso em dia feio, que é suporte quando parece faltar chão.
Tem gente que pensa e repensa jeitos de nos fazer bem, que se preocupa e demonstra.
Gente que é abraço, mesmo de longe, e a certeza que tudo vai dar certo.
Que empresta coração pra gente morar, que planta pensamentos bonitos nos dias da gente.
E reforça nossa fé no ser humano! Gente que merece o que de mais bonito a vida tem a oferecer ...
A esse tipo de gente: amor, oração e gratidão eterna."
(Karla Tabalipa).